Militares de forças especiais dos EUA atuaram em 18 países latinoamericanos em 2009.


 

Um documento do Pentágono confirma que os EUA empregaram grupos militares de operações especiais no México, durante a escalada da guerra contra as drogas, que levou à morte de cerca de 40 mil pessoas desde 2006.
Os militares de operações especiais também atuaram na Colômbia, Equador, Peru, e em quase todos os países da América Central, vistos como fundamentais na política antidrogas promovida pelos EUA.

Segundo o documento, membros do grupo foram treinados no Brasil, no Centro de Instrução de Guerra na Selva, próximo a Manaus.

O documento de briefing havia sido preparado pelo 7o Grupo de Forças Especiais a pedido de do deputado americano  Jeff Miller, um republicado ultradireitista próximo ao Tea Party cujo distrito eleitoral, na Flórida, vai receber o 7º Grupo (que está sendo relocado do forte Bragg, na Carolina do Norte).


No Brasil
De acordo com o briefing, o Grupo de Forças Especiais participou de três atividades no Brasil em 2009. Primeiro foi a visita do chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, Almirante Mike Mullen, que visitou o país nos dias 2 e 3 de março para conhecer a estrutura de defesa de Amazônia.
Acompanhado pelo ministro da defesa Nelson Jobim, Mullen viajou em um avião da FAB até o Pelotão de Fronteira de Ipiranga, na divisa com a Colômbia.

Mullen também ouviu um relato sobre a atuação do Centro de Instrução de Guerra na Selva, criado em 2 de junho de 1964 – dois meses depois do golpe militar – com a ajuda de Grupos de Forças Especiais americanos. O Centro foi fundado pelo Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, que fora treinado na Escola das Américas.
No mesmo ano de 2009, dois soldados de Forças Especiais fizeram o treinamento de selva – os primeiros americanos a serem treinados no Centro em 10 anos. Um deles, o oficial Javier Alejandro, é descrito como “um oficial de Forças Especiais altamente treinado e com muita experiência” que fala português fluentemente e é membro do mesmo 7 Grupo de Forças Especiais, segundo um release do comando militar americano.
“Agora, 40 anos depois, a parceria entre os Estados Unidos e o Brasil completam o ciclo”, afirma o release.
Membros do 7o Grupo de Forças Especiais também participaram da competição Fuerzas Comando 2009, realizado em junho em Goiânia, que reuniu 300 militares altamente treinados de 21 países.
Financiada pelo Comando do Sul do Departamento de Defesa dos EUA, a competição acontece todo ano em um país diferente e visa “promover as relações entre militares, aumentar a interoperabilidade e melhorar a segurança regional”. A edição brasileira foi a 6ª e contou com 150 militares americanos.

Por Bill Conroy, do Narconews
Com colaboração de Natalia Viana, da Pública
Leia a reportagem original em inglês.

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