LFS Defesa - segurança - Geopolítica -
Forças Aérea Brasileira conclui mais a nona viagem de repatriação de brasileiros residentes no Líbano.
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Forças Aérea Brasileira conclui mais a nona viagem de repatriação de brasileiros residentes no Líbano.
Créditos Embaixada do Brasil no Líbano.
A Embaixada do Brasil no Líbano está atenta ao aumento das hostilidades em regiões do país e empenhada em prestar as orientações devidas à comunidade. Recordamos, abaixo, as recomendações de segurança aos cidadãos brasileiros:
- Caso não esteja no Libano, não viaje ao país.
- A Embaixada recomenda aos nacionais residentes ou de passagem pelo Líbano que se ausentem do país, por meios próprios, até o retorno à normalidade.
- Aos nacionais que decidam manter estadia no Líbano, não permanecer no sul do país, em zonas de fronteira ou em outras áreas de reconhecido risco.
- Adotar as indicações de segurança das autoridades locais, com atenção às áreas consideradas de risco.
- Reforçar medidas de precaução, especialmente no sul do Líbano, em zonas de fronteiras e em outras áreas de reconhecido risco.
- Não fazer parte de aglomerações e protestos.
- Verificar se seu passaporte possui ao menos seis (6) meses de validade.
- Certificar-se de que possui documento de nacionalidade brasileiro (como certidão de nascimento) e/ou carteira de identidade válida brasileira ou libanesa.
- Manter todos seus dados de cadastramento atualizados junto ao Setor Consular da Embaixada. Acesse o formulário de cadastro consular no seguinte link:
https://forms.office.com/r/HjhvhDiHFK
- Evitar repassar informações não comprovadas ou compartilhar notícias antigas. Procurar estar informado da situação atual do país e acompanhar os canais de comunicação do Posto (Whatsapp, Facebook, Twitter e Página Web – veja os endereços abaixo).
Página web
https://beirute.itamaraty.gov.br/
Twitter (X)
Comunidade Whatsapp
https://chat.whatsapp.com/J0GirtTkZ4ELaM7gAfb3Lb
E-mails:
consular.beirute@itamaraty.gov.br
brasemb.beirute@itamaraty.gov.br
Em caso de emergência consular, o telefone de plantão é:
+961 70 108 374 (plantão consular no Líbano, 24h) ou +55 61 98260-0610 (plantão consular do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, 24h).
تتابع سفارة البرازيل في لبنان بقلق تزايد الأعمال العدائية في بعض مناطق البلاد، وهي ملتزمة بتقديم الإرشادات اللازمة للجالية. نذكّر أدناه بتوصيات الأمان للمواطنين البرازيليين:
- في حالة عدم وجودك في لبنان، لا تسافر إليه.
- توصي السفارة المواطنين المقيمين في لبنان أو العابرين من خلاله بمغادرة البلاد بوسائلهم الخاصة حتى عودة الأوضاع إلى طبيعتها.
- للمواطنين البرازيليين الذين قرّروا البقاء في لبنان، يجب عدم البقاء في جنوب البلاد، أو في المناطق الحدودية، أو في المناطق الأخرى المعتبرة خطرة.
- اتبع التعليمات الأمنية الصادرة عن السلطات المحلية، مع اعتبار المناطق التي تعتبر معرضة للخطر.
- تعزيز الإجراءات الاحترازية، خاصة في جنوب لبنان، في المناطق الحدودية وفي مناطق أخرى معروفة بكونها خطرة.
- لا تشارك في تجمعات واحتجاجات.
- تأكد من أن جواز سفرك صالح لمدة ستة (6) أشهر على الأقل.
- تأكد من حصولك على وثيقة الجنسية البرازيلية (مثل شهادة الميلاد) و/أو بطاقة هوية برازيلية أو لبنانية صالحة.
- قم بتحديث جميع بيانات التسجيل الخاصة بك لدى القسم القنصلي بالسفارة. ادخل على استمارة التسجيل القنصلي على الرابط التالي:
https://forms.office.com/r/HjhvhDiHFK
- تجنب نقل المعلومات غير المؤكدة أو مشاركة الأخبار القديمة. حاول أن تكون على اطلاع دائم على الوضع الحالي في البلاد ومتابعة قنوات الاتصال الخاصة بالبعثة (واتساب، فيسبوك، تويتر والموقع الإلكتروني – انظر العناوين أدناه).
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للاتصال بالسفارة:
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consular.beirute@itamaraty.gov.br / brasemb.beirute@itamaraty.gov.br
في حالة الطوارئ القنصلية، رقم الخط الساخن
+961 70 108 374
(الخط الساخن القنصلي في لبنان، على مدار الساعة) أو
+55 61 98260-0610
(الخط الساخن القنصلي لوزارة العلاقات الخارجية البرازيلية، على مدار الساعة).
Embaixada do Brasil no Líbano pede que brasileiros deixem o país
Recomendação é para que brasileiros também não viajem ao país
Em meio à escalada de tensão no Oriente Médio, a Embaixada do Brasil em Beirute orienta brasileiros que vivem no Líbano ou estão de passagem que considerem deixar o país "por meios próprios, até o retorno da normalidade”.
Em nota, a embaixada pede ainda que brasileiros que não estejam no Líbano não viajem ao país neste momento. “Aos nacionais que julguem essencial a estadia no Líbano, evitar permanecer no sul do país, em zonas de fronteira ou em outras áreas de reconhecido risco”.
No comunicado, a embaixada também recomenda que brasileiros adotem todas as indicações de segurança sugeridas por autoridades libanesas, com atenção às áreas consideradas de risco, e que reforcem medidas de precaução.
Outras orientações listadas pela embaixada incluem não fazer parte de aglomerações e protestos; procurar estar informado sobre a situação atual do país e acompanhar os canais de comunicação; verificar se o passaporte possui ao menos seis meses de validade; e certificar-se de que possui documento de nacionalidade brasileiro (como certidão de nascimento) e/ou carteira de identidade válida brasileira ou libanesa.
Para manter os dados de cadastramento atualizados junto ao setor consular da embaixada, é preciso preencher o formulário de cadastro consular.
Veja, abaixo, os canais de contato com a embaixada:
Página web: https://beirute.itamaraty.gov.br/
Facebook: Embassy of Brazil in Beirut
Twitter: http://twitter.com/ebeirute
Comunidade Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/J0GirtTkZ4ELaM7gAfb3Lb
E-mails:
consular.beirute@itamaraty.gov.br
brasemb.beirute@itamaraty.gov.br
Em caso de emergência consular, o telefone de plantão é +961 70 108 374 (plantão consular no Líbano, 24h) ou +55 61 98260-0610 (plantão consular do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, 24h).
Entenda
O Irã prometeu responder ao assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, na semana passada, em Teerã - um de uma série de assassinatos de figuras importantes do grupo militante palestino, enquanto a guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, se intensifica.
Tanto o Irã quanto o Hamas acusam Israel de ter cometido o assassinato e prometeram retaliar o inimigo. Israel, por sua vez, não reivindicou a responsabilidade pela morte nem a negou.
O ataque foi um dos vários que mataram figuras importantes do Hamas e do movimento libanês Hezbollah, alimentando a preocupação de que a guerra em Gaza se transforme um um conflito regional.
Após as ameaças do Irã e de seus aliados, Hamas e Hezbollah, o Pentágono informou que as Forças Armadas norte-americanas vão enviar novos caças e navios de guerra ao Oriente Médio.
Edição: Fernando Fraga - Créditos Agência Brasil.
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*Confira nosso Acúmulo de notícias voltadas para a Comunidade Brasileira residente fora do Brasil: https://capitaofernando.blogspot.com/search/label/Comunidade%20Brasileira
Escalada do Conflito no entorno de Israel.
Israel acusa Hezbollah de ter atingido campo nas Colinas de Golã; grupo nega autoria do ataque
Lauren IzsoCatherine Nichollsda CNN
Pelo menos 10 pessoas, incluindo crianças, morreram depois que vários foguetes atingiram uma vila nas Colinas de Golã, anexadas por Israel, disseram autoridades israelenses neste sábado (27), classificando o episódio como o ataque mais mortal desde a invasão do Hamas em 7 de outubro.
“Há pouco tempo, sirenes soaram na área de Majdal Shams. Um projétil foi identificado atravessando o Líbano em direção à área. Um acerto foi identificado na área. Foram relatados ferimentos”, disseram as Forças de Defesa de Israel (FDI), acrescentando que “aproximadamente 30 projéteis foram identificados cruzando do Líbano para o território israelense”.
As FDI culparam o grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, pelo ataque, que disse ter ferido vários civis, incluindo crianças.
No entanto, o Hezbollah disse que “nega veementemente” ter feito isso.
O presidente israelense, Isaac Herzog, descreveu o ataque como um “desastre terrível e chocante” em uma postagem no X.
“Os terroristas do Hezbollah atacaram e assassinaram brutalmente crianças hoje, cujo único crime foi sair para jogar futebol. Eles não voltaram”, disse ele.
“O mundo não pode continuar sentado em silêncio face aos ataques terroristas do (líder do Hezbollah, Hassan) Nasrallah, que ocorrem a mando do império do mal no Irã. O Estado de Israel defenderá firmemente os seus cidadãos e a sua soberania”.
O serviço de emergência Magen David Adom (MDA) de Israel informou que 29 pessoas ficaram feridas, incluindo seis gravemente feridas, três moderadamente e 10 levemente feridas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi atualizado sobre a situação e está realizando uma consulta de segurança com seu secretário militar, general Roman Gofman, informou seu gabinete em comunicado. O gabinete acrescentou que realizaria uma avaliação da situação de segurança com todos os chefes do sistema de defesa ainda neste sábado.
Uma grande equipe do MDA foi enviada ao local. Os paramédicos estão tratando de vítimas que dizem ter entre 10 e 20 anos de idade.
Alguns estão sendo tratados no local e outros foram transferidos para clínicas locais. Helicópteros de retirada, ambulâncias e veículos de terapia intensiva também foram enviados ao local.
Idan Avshalom, médico sênior do MDA, disse: “Chegamos a um campo de futebol e vimos destruição e objetos em chamas. Pessoas feridas estavam deitadas na grama e o cenário era terrível. Começamos imediatamente a triagem dos feridos, alguns dos feridos foram encaminhados para clínicas locais e nossas equipes também foram encaminhadas para as clínicas. Durante o incidente houve alertas adicionais e o tratamento médico dos feridos ainda está em andamento.”
A polícia israelense disse que a munição falhou em “vários locais no norte de Golã”.
A polícia está “protegendo a área e procurando restos mortais adicionais para eliminar qualquer risco adicional para o público”, disse a Unidade do Porta-Voz da Polícia.
O grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã – que tem estado envolvido num número crescente de ataques na fronteira com Israel nos últimos meses – negou ter disparado os projéteis.
“A Resistência Islâmica no Líbano nega firmemente as alegações feitas por alguns meios de comunicação inimigos e várias plataformas de mídia sobre o ataque a Majdal Shams”, disse num canal Telegram neste sábado.
“Confirmamos que a Resistência Islâmica não tem qualquer ligação com o incidente e nega firmemente todas as falsas alegações a este respeito”, continua o comunicado.
As Colinas de Golã são consideradas território ocupado segundo o direito internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Israel tomou a estreita faixa de terra da Síria em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias e anexou a terra em 1981. Há aproximadamente 53.000 pessoas vivendo nas Colinas de Golã, divididas quase igualmente entre colonos israelenses e drusos sírios, bem como uma pequena população de alauítas.
LFS DEFESA - SEGURANÇA - GEOPOLÍTICA
Israel ameaça destruir o Hezbollah em uma ‘guerra total’
Os ministros israelenses não se caracterizaram pela contenção e pelos Assuntos Exteriores, Israel Katz, ameaçou os martes do Hezbollah pela destruição em uma “guerra total”, enquanto Amos Hochstein, o assessor de Biden, passou pela região.
Pela “guerra total” Israel entende o mesmo que em Gaza: entrar no Líbano e matar todos os que encontrarem no caminho. Por isso, quem intimida Katz é todos os libaneses.
“Estamos muito perto do momento em que decidiremos mudar as regras do jogo contra o Hezbollah e o Líbano. Numa guerra total, o Hezbollah será destruído e o Líbano será duramente golpeado”, disse Katz num comunicado oficial.
No campo de batalha, os confrontos transfronteiriços entre o exército israelense e o movimento libanês se intensificam. O Hezbollah publicou imagens do porto israelense de Haifa tiradas de um drone em movimento e Hassan Nasrallah amenaza com bombardeio.
Situado no norte de Israel, o porto de Haifa é operado por grandes empresas internacionais da China e da Índia.
Se o enviado de Biden foi enviado a Beirute para acalmar os animos, a briga não pode ser mais estrepitosa.
Créditos MPR, tradução Google; foto reprodução BBC.
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O Hezbolah intervirá na guerra se as tropas israelenses entrarem em Gaza
O antigo director da Segurança Libanesa, General Ibrahim Abbas, viajou a Paris para anunciar, sem grandes precauções diplomáticas, a intervenção da milícia libanesa na guerra, caso as tropas israelitas entrem em Gaza.
A razão para a intervenção de Abbas é o seu estatuto de intermediário e homem-chave no Líbano. Foi chefe da contraespionagem do seu país, ponta de lança da luta contra o Califado Islâmico, mediador entre os líderes políticos do Líbano, libertador de reféns na Síria e canal de comunicação com a CIA.
A razão pela qual o destino da viagem foi Paris é porque os serviços de inteligência franceses actuam como intermediários entre o Hezbollah, os Estados Unidos e Israel.
Durante a sua visita a Paris, o general libanês não se escondeu. Num encontro com jornalistas, disse ter transmitido uma mensagem do Eixo da Resistência dirigida aos Estados Unidos e a Israel.
Os planos do Hezbollah são claros. “Eu abriria todas as frentes se Israel ousasse entrar em Gaza pela força e se os Estados Unidos prestassem ajuda militar ao Estado judeu”, explicou Abbas.
No Líbano os sinais de tensão são perceptíveis. O Ministro da Informação, Ziad Makari, disse que os acontecimentos em Gaza constituem um genocídio contra o povo palestiniano e sublinha a posição clara do seu governo de rejeição da agressão sionista.
A declaração de Makari foi emitida ontem numa conferência de imprensa que ele realizou durante a sua visita à fronteira de Maroun al-Ras no sul do Líbano, acompanhado pelo membro do parlamento Hassan Fadlallah, um membro do Bloco de Lealdade da Resistência.
Fadlallah, por sua vez, confirmou que “a resistência exercerá o seu direito nacional de defender o seu país contra qualquer agressão israelita que possa ocorrer”. O deputado deixou claro que qualquer agressão israelense ao Líbano não ficará sem resposta.
O exército libanês informou num comunicado que “o inimigo israelense atacou um posto de observação abandonado do exército libanês, localizado nos arredores da cidade de Aalma el-Shaab”. O posto é utilizado de forma intermitente para missões e medidas de segurança, acrescenta o exército, garantindo que nenhum soldado ficou ferido.
A vingança israelita não é apenas contra o Hamas, mas contra todos, especialmente contra jornalistas desconfortáveis. Não querem testemunhas, nem em Gaza nem no Líbano. Vários jornalistas destacados no sul do Líbano ficaram feridos num bombardeamento israelita em Aalma el-Chaab. O canal catariano Al Jazeera, por sua vez, mencionou dois feridos entre os seus jornalistas. A agência de notícias Reuters anuncia oficialmente que um dos seus jornalistas, Issam Abdallah, foi morto pelos israelitas no sul do Líbano. Afirma também que outros dois dos seus jornalistas ficaram feridos: Thaer al-Sudani e Maher Nazeh.
Créditos MPR
Estamos todos em um aprendizado permanente, sabendo que há uma objetivo único, de defesa da democracia e da tolerância
Publicado originalmente em 24/12/22
Explodiu uma baita discussão no Twitter, devido a um trecho da entrevista que eu e Pedro Costa Jr. fizemos com o economista Paulo Nogueira Jr. Em determinado trecho, Paulo critica a indicação de Ilan Goldfajn para o BID, menciona a influência da comunidade financeira judaica nos organismos financeiros internacionais e diz que Ilan nem nascido no Brasil é.
A frase suscitou protestos de entidades judaicas. O Instituto Brasil-Israel soltou um comunicado ainda mais feroz do que os protestos quando Michele Bolsonaro quis confundir o judaísmo com o bolsonarismo. O movimento Judeus Pela Democracia – que reúne bravos combatentes da democracia contra o bolsonarismo da Hebraica – também se manifestou.
No rastro, veio a previsível movimento de onda de linchamento, do qual se aproveitaram até judeus bolsonaristas, sem nenhuma ligação com o JPD.
Vamos por partes.
É fato inegável que existe uma forte comunidade financeira judia. Da mesma maneira que existe uma forte comunidade de doleiros libaneses no Brasil.
É uma comunidade que atua solidariamente. Na biografia que escrevi de Walther Moreira Salles, um dos capítulos é sobre a compra do Banco Safra, nas vésperas de 1964, e sua posterior revenda para os Safra. O movimento da revenda foram informações obtidas por Moreira Salles, de que Joseph Safra era muito influente junto à comunidade financeira judia, e poderia criar intrigas que atrapalham outros negócios do grupo.
A tradição judia nas finanças é antiga. Passa pelos Rothschild. Depois, pelos judeus húngaros que, após o Acordo de Bretton Woods, passam a dominar o mercado internacional de títulos e moedas. Conto isso em um capítulo da biografia de Moreira Salles.
Paulo Nogueira Batista Jr. não é anti-semita. Pelo contrário, seu Nogueira é de um portugues que fugiu da inquisição portuguesa e foi parar em Belém do Pará, onde participou das cabanadas. Na conversa, ele se referia ao grupo de influência de banqueiros, não aos judeus como um todo.
Seria o mesmo que mencionar os doleiros libaneses.
Em uma conversa fechada, entre economistas e jornalistas, a referência à comunidade financeira judia seria normal, e não seria interpretada como anti-semitismo.
Onde erramos? No fato de ser um programa público e haver um enorme estereótipo sobre o judeu, presente desde “Os Protocolos dos Sábios de Sião” – sobre a suposta conspiração financeira judaica internacional – até na própria música popular brasileira.
Houve meu erro de não ter alertado o público de que a menção a banqueiro judeu não se referia a uma raça que produziu alguns dos maiores cientistas e artistas da história da humanidade.
A partir daí, abre-se espaço para uma boa discussão. Como se referir à comunidade financeira judaica, sem levantar os estereótipos que cercam os judeus como um todo? Ao mesmo tempo, como entender o humanismo dos grupos progressistas judeus, quando confrontados com a questão palestina e da Faixa de Gaza?
É evidente que o selvagem Netanyahu está para Israel como Bolsonaro está para o Brasil. Mas tem sido conduzido seguidamente ao poder, em Israel, por uma população eminentemente de direita.
Deve-se criticar esse modelo, sem incorrer em generalizações, nem esquecer os bravos judeus progressistas, que levam através da história a bandeira humanista de seus antepassados.
É uma discussão rica, e que precisa ser discutida.
Em vez disso, fui alvo de uma violenta lacração pelo Twitter. Adversários meus e do Paulo aproveitaram para tirar sua lasquinha. Ao levar o tema para o campo do linchamento, as bravas entidades representativas de judeus democratas abriram espaço para isso:
Quando reclamei do linchamento, uma das respostas é que os judeus progressistas também são alvo de linchadores bolsonaristas, logo… logo…
Por outro lado, recebi uma nota da StandWithUs, uma resposta civilizada, que ajuda a enriquecer o debate:
“StandWithUs Brasil repudia falas antissemitas do economista Paulo Nogueira. || Ao ser entrevistado pelo jornalista Luis Nassif e Pedro Costa Jr, cientista político, em 16 de dezembro, no canal do YouTube TV GGN, o economista Paulo Nogueira desferiu diversos comentários antissemitas contra o também economista Ilan Goldfajn.
Nogueira fez conexão entre as relações de Ilan com o mercado financeiro e com a comunidade judaica, como se houvesse uma simbiose entre essas duas esferas. Por um lado, o comentário ignora a diversidade – e humanidade – da colônia judaica dos EUA, a maior fora de Israel e composta por todos os tipos de sujeitos sociais. Por outro, ainda pior, lança mão de dois estereótipos usados pelo regime nazista, mas não restritos a ele: a ideia do “judeu rico” e a falácia de uma “conspiração judaica mundial”.
Originado na Idade Média, o estereótipo do judeu rico é um mito persistente e alimenta o discurso de ódio em diversas camadas. Segundo a Anti Defamation League, organização norte-americana que monitora a expressão de antissemitismo no mundo, “um dos estereótipos mais proeminentes e persistentes sobre os judeus é que eles são gananciosos e avarentos (…). Acredita-se que eles exerçam controle sobre os sistemas financeiros mundiais, mas também são acusados de enganar regularmente amigos e vizinhos em troca de um dinheirinho”.
O discurso de ódio embasado nessas generalizações e mentiras foi responsável por séculos de perseguições e violências contra a minoria judaica. Importante frisar que a agressividade que culmina em mortes é iniciada e alimentada por palavras.
Como organização educacional, além de identificar e expor o antissemitismo, a StandWithUs Brasil também se propõe a explicar raízes históricas desse preconceito, mas também sua ameaça na atualidade. Pedimos a retratação de Paulo Nogueira, assim como esperamos que se pronunciem Pedro Costa Jr e Luis Nassif, que escutaram em silêncio palavras ultrajantes para todos aqueles que lutam contra o discurso de ódio. Confiamos no compromisso da TV GGN com a proteção dos direitos das minorias, entre as quais encontram-se todos membros da comunidade judaica brasileira“.
Por tudo o que conheço de Paulo Nogueira e Pedro Costa Jr, por tudo o que conhecem de mim, não houve nenhuma intenção anti-semita na fala. Mas erramos ao não atentar para o reforço que poderia representar para os que têm visão estereotipada do judeu.
Não vamos exigir que o movimento Judeus Pela Democracia e o Instituto Cultural Brasil-Israel reconheçam o risco do movimento que criaram no Twitter, estimulando linchamentos virtuais. Mas seria relevante pensarem sobre isso e sobre o impacto na imagem dos judeus, um povo que já experimentou toda sorte de linchamentos.
Estamos todos em um aprendizado permanente, sabendo que há uma objetivo único, de defesa da democracia e da tolerância.
Créditos GGN