GAÚCHO ARRUMA CONFUSÃO NA BAHIA APÓS PEDIR CACETINHO
GAÚCHO ARRUMA CONFUSÃO NA BAHIA APÓS PEDIR CACETINHO
O que era pra ser só um lanche virou caso folclórico, desses que atravessam fronteira e viram piada em roda de chimarrão.
*Receba as principais notícias sobre a Bahia através do nosso grupo LFS Bahia no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/Cyq7s8Q2PJe8D1O1KnGhjO
-------------------------------
GAÚCHO ARRUMA CONFUSÃO NA BAHIA APÓS PEDIR CACETINHO
O que era pra ser só um lanche virou caso folclórico, desses que atravessam fronteira e viram piada em roda de chimarrão.
Tadeu Palanque, taura xucro de Uruguaiana, bigode bagual espesso feito crina de cavalo velho e pilcha mais ajeitada que dia de desfile, resolveu passar férias em Salvador, na Bahia.
Sol, praia, descanso… tudo lindo.
Só não contava com a tragédia do cacetinho.
Num fim de tarde quente que derretia até pensamento, Tadeu entrou numa confeitaria daquelas bem arrumadas, vitrine brilhando e gente pra todo lado. Encostou no balcão e pediu, com a maior naturalidade do mundo:
— Buenas, Xiru, me vê uns cacetinho.
O padeiro baiano, Florisvaldo, homem manso, sorriso fácil e cabeça leve, travou. Ficou olhando pro gaúcho como quem tenta decifrar sinal de fumaça.
— O senhor disse o quê, meu rei? — perguntou, desconfiado.
— Cacetinho, ué! Pão! — respondeu Tadeu, já franzindo a testa.
Florisvaldo deu meia-volta, foi lá pra trás do balcão e voltou trazendo… outra coisa.
Quando Tadeu bateu o olho, o sangue subiu igual cavalo assustado.
— MAS QUE DESRESPEITO É ESSE?! — explodiu o gaúcho, gesticulando com os braços, indignado.
— EU PEDI COMIDA, NÃO ISSO AÍ!
O bigode branco tremia.
O lenço vermelho quase saiu voando.
A cara era de quem ia laçar até pensamento errado.
Dentro da confeitaria, o silêncio durou menos que espora frouxa.
Logo depois, as baianas começaram a rir.
Riam alto, apontavam, se dobravam de tanto achar graça.
Uma bateu palma.
Outra quase derrubou o doce.
— Oxente, olha o tamanho da revolta do homem! — disse uma, enxugando lágrima de riso.
Florisvaldo, coitado, sem entender nada, tentou se explicar:
— Meu amigo, aqui pão é pão… esse nome aí nunca passou por essas bandas.
Tadeu respirou fundo, contou até dez no pensamento e largou a frase final:
— Pois então aprende, guri… no RS cacetinho, é pão não se discute!
Saiu da confeitaria pisando forte, bravo, faminto e famoso.
Atrás dele ficou só risada e a história pronta.
Até hoje, Florisvaldo conta pros clientes:
— Teve um dia que um gaúcho pediu uma coisa simples… e ensinou uma aula inteira de regionalismo.
Comentários