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Argentina e Brasil: novas hipóteses de conflito. Plano Exército Argentino 2025.

 As rápidas mudanças no cenário estratégico global ocorridas desde 2001 e as discussões em curso na América do Norte e na Europa sobre o futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não estão passando despercebidas pelos militares argentinos. Atentas aos ventos que sopram no Hemisfério Norte, os estrategistas militares do país vizinho se empenham em definir e se preparar para novas missões, em um futuro que se antecipa como incerto e turbulento. Entre as hipóteses de conflitos em consideração, destaca-se a de uma "guerra por recursos naturais", não por acaso, um dos cenários definidos para uma das futuras mobilizações da OTAN como uma força de alcance global, fora da sua área de atuação original. Uma reportagem no La Nación de 25/02/2007 cometa a preparação do Exército argentino para os novos tempos.

O texto informa que o chamado Plano Exército Argentino 2025 contempla a "possibilidade de conflito com outros Estados pela posse de recursos naturais" como a principal diretriz que deverá orientar a reconfiguração da força terrestre, nos próximos anos. O oponente em potencial seria, segundo informa, "uma força inimiga superior em tecnologia, quntidade de tropas e poder de fogo" - o que não deixa margem a dúvidas quanto à sua origem extra-regional.
O texto oficial do Plano 2025 recomenda que a Argentina "deverá desenvolver organizações militares com capacidade para defender a Nação de um inimigo convencional superior. Para isto, devem preparar-se os elementos para fazer frente a operações dinâmicas, sem frentes, sem tempo suficiente de aviso prévio, com organizações de pequena magnitude, com apoio territorial preparado de antemão e capazes de organizar os recursos humanos e materiais locais em função do conflito".

"O inimigo deverá ter clara consciência de que a conquista, ocupação e manutenção de objetivos com núcleos populacionais importantes requererão um grande esforço de tropas. De tal maneira, se obterá um efeito preventivo", diz o texto, o qual evidencia a orientação para um conflito assimétrico.

O foco principal dos estudos do Exército é o Aqüífero Guarani, o grande lençol de água subterrânea que se estende por 220 mil quilômetros quadrados do território argentino - Brasil - Uruguai e Paraguai.

Por outro lado, Gallo informa que a nova doutrina estratégica implica em uma evolução rumo a um sistema de segurança regional, com os estrategistas do Exército vislumbrando que até 2025 a região esteja unida em uma entidade defensiva como semelhante à OTAN.

Não obstante, uma nova ameaça, contra a qual a força militar é inócua, é a da guerra irregular ou "Guerra de Quarta Geração" praticada por agentes não-estatais. 

Assim sendo, é de todo conveniente que os dois maiores países da América do Sul, formadores do eixo principal da integração regional, intensifiquem a cooperação na área vital da segurança coletiva. Esta deve se dar tanto em termos de concepção estratégica e inteligência. 



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