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Fim do embargo dos EUA deve ter 'luta longa e difícil', diz Raúl Castro


Raul Castro cumprimenta os membros da Assembleia Nacional de Cuba no início de uma sessão em Havan, no sábado (20). Saindo da sombra de seu lendário irmão, o presidente cubano marcou um triunfo diplomático e uma onda de apoio popular com o acordo que ence (Foto: Stringer/Reuters)
Raul Castro durante sessão do Parlamento Cubano (Foto: Stringer)
Três dias após o anúncio de que os Estados Unidos e Cuba chegaram a acordos para a reaproximação dos dois países, o presidente cubano, Raúl Castro, afirmou que o embargo dos Estados Unidos imposto à ilha continua em vigor e que sua remoção deve ser uma "luta longa e difícil", segundo agências internacionais de notícias.
Castro participou neste sábado (20) da sessão semestral do Parlamento Cubano e fez o discurso de encerramento do evento. Na ocasião, o líder cubano também afirmou que o país está disposto a dialogar sobre qualquer tema, mas pediu que os EUA respeitem a soberania de Cuba. "Cuba é um Estado soberano, cujo povo (...) decidiu pela via socialista e por um sistema político econômico e social. Da mesma forma que nunca propusemos que os Estados Unidos mudem seu sistema político, exigiremos respeito pelo nosso".


EUA e Cuba não se relacionavam desde 1962 e há décadas só mantêm contatos de interesse de nível menor. Por meio de leis, Washington proíbe que empresas nacionais e estrangeiras mantenham relações financeiras com a ilha, por exemplo.
O restabelecimento das relações entre Cuba e EUA anunciado na quarta-feira (17) tem cinco medidas para flexibilizar esse bloqueio: o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países; facilitar viagens de americanos a Cuba; a autorização de vendas e exportações de bens e serviços dos EUA para Cuba; a autorização para norte-americanos importarem bens de até US$ 400 de Cuba; e o início de novos esforços para melhorar o acesso de Cuba a telecomunicação e internet.

Elogio a Obama
Em seu discurso neste sábado, Castro afirmou que a decisão de restabelecer as relações com os Estados Unidos foi um "passo importante", mas "ainda resta resolver o essencial", que é o fim do bloqueio. O presidente cubano disse ainda que, para isso, será necessário que a comunidade internacional e a sociedade americana exijam o término do embargo.

"O povo cubano agradece esta justa decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Com isso se eliminou um obstáculo nas relações entre nossos países", disse ele. "Reiteramos nossa disposição ao diálogo respeitoso e recíproco sobre as discrepâncias. Temos firmes convicções e muitas preocupações sobre o que ocorre nos Estados Unidos em matéria de democracia e direitos humanos."

A Assembleia definiu também a data do próximo Congresso do Partido Comunista de Cuba, que será realizado em abril de 2016.
De acordo com a agência EFE, Castro afirmou que, antes do congresso, um "amplo e democrático" debate será realizado com a militância do partido e o povo cubano, que serão consultados sobre o plano de atualização econômica do país.
Negociações em janeiro
Nesta semana, os governos americano e cubano anunciaram negociações formais para normalizar as relações entre os dois países, em rodadas que devem ter início em Havana até o final de janeiro de 2015. As duas delegações decidiram elevar substancialmente o nível de diálogo de uma reunião que já estava prevista para janeiro e que se concentraria em temas migratórios, informou a subsecretária de Estado para América Latina, Roberta Jacobson, à agência de notícias France Presse.

Segundo Roberta, porém, as negociações requerem "que os dois países alcancem um acordo sobre o processo" e que "se ponha um ponto final a um acordo de 53 anos com o governo da Suíça como poder protetor" dos Escritórios de Representação de Interesses de ambos os envolvidos, em Washington e em Havana.
A subsecretária lembrou que, "de todas as medidas anunciadas pelo presidente, nenhuma entra em vigor imediatamente". Mas o processo de implementação delas levará "semanas, não meses", até que, segundo ela, as mudanças sejam publicadas no "Federal Register" (o Diário Oficial americano).
Créditos G1.

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