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Uma sonhada notícia sobre a paz: FARC e Colômbia iniciam negociações

A notícia do início de negociações, em Cuba, entre o governo colombiano do presidente Juan Manuel Santos e as FARC-EP é um fato e tanto, que deve ser destacado e comemorado. As negociações terão prosseguimento em Oslo-Noruega com a mediação do governo daquele país, mais o de Cuba e o da Venezuela.
Desta vez, nos entendimentos entre o governo da Colômbia e as FARC, a presença dos governos de Cuba e Venezuela é um sinal claro da disposição destes dois países de apoiarem a política do presidente Santos de negociar e chegar a um acordo de paz que coloque um ponto final na guerra civil. Conquistado, ele criará as condições para reformas democráticas e sociais na Colômbia, país que já se destaca como um parceiro fundamental do Brasil.
Por isso mesmo, a paz na Colômbia nos interessa - e muito - e evidentemente, não só por esse motivo, mas porque ela cria as condições, também, para uma aproximação ainda maior Colômbia-Venezuela, condição fundamental para a integração sul americana e a retomada do Pacto Andino.



O sentido da presença de Cuba nas negociações



Já a presença de Cuba na intermediação das negociações e no fechamento de um acordo - a que se chegará, torcemos - reforça sua reintegração plena à comunidade latinoamericana e caribenha, contra a posição norte-americana que há meio século impõe a Havana um dos mais brutais bloqueios econômicos de que se tem notícia na história mundial.
A expectativa é que a paz e o fim da guerrilha leve a uma reforma agrária (motivo do golpe no Paraguay em 2012 e o ocorrido no Brasil em 1964) e a retomada da produção agrícola em regiões hoje controladas pelo narcotráfico e a cultura de cocaína. Além da reinserção das FARC, de seus integrantes, na vida política e social do país.
Principalmente, uma reintegração sem os riscos do passado quando após acordos de paz que os integrantes do movimento aceitaram negociar, os ex-guerrilheiros foram simplesmente assassinados, massacrados, e o país voltou a mergulhar no conflito bélico, o mais antigo entre um governo constituído e um movimento de resistência no continente.



Por que Oslo



A escolha de Oslo como foro para a continuidade das negociações confirma a tradição da capital norueguesa de sediar e patrocinar conversações de paz. Ali, em 1993, os líderes palestino Yasser Arafat, e israelense, Itzak Rabin, assinaram o Acordo de Oslo, que reconhecia o estabelecimento da Autoridade Nacional Palestina (ANP) em parte da Faixa de Gaza e na cidade de Jericó.
Pouco tempo depois, no dia 28 de setembro de 1995, novo acordo foi firmado (Oslo II), ampliando o controle da ANP sobre as grandes cidades da Cisjordânia, exceto Jerusalém. Ainda não foi daquela vez que a paz se restabeleceu entre judeus e palestinos, mas Oslo não deixou de confirmar sua vocação para sediar negociações dessa natureza.

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