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Manifesto das esposas de militar. OBS: isso não tem nada a ver com a UNEMFA

Está sendo fundada uma Associação Brasileira das Famílias Militares

O manifesto é:
Manifesto da Família Militar

Senhores e senhoras, famílias brasileiras, estudantes, sociedade e governantes:

A lógica natural da vida é igual para todos. Você nasce, cresce, casa, tem filhos e vive feliz para sempre. Pelo menos esse é o sonho de qualquer pessoa. Infelizmente sabemos que as coisas não ocorrem dessa forma e muitas vezes o ser feliz para sempre não depende apenas de você mas de uma série de fatores e acontecimentos, que no momento nos impede da promessa da tal felicidade.Somos um grupo de mulheres. Mulheres que como quaisquer outras tem uma profissão, um marido, filhos, uma casa para administrar e problemas comuns da existência humana. Não somos melhores ou piores que outras mas temos um diferencial: Casamos com homens que defendem a integridade do país. Homens que fazem parte das forças armadas brasileiras ou como muitos preferem militares.Por que a profissão de nossos esposos é um diferencial? Talvez você não conheça a nossa realidade e por isso achamos importante explicar. Quando você está para se casar, a primeira coisa que providencia é um local para morar, durante os meses que antecedem a cerimônia você prepara o lar da nova família que irá se formar. Nós não podemos fazer isso. Pois muitas vezes não sabemos onde será nosso lar. Não prevemos a cidade, o estado e muito menos a região do país. E mesmo quando sabemos não temos noção de quanto tempo ficaremos por lá até termos que mudar e começar tudo novamente da estaca zero. Imagine perder seu emprego, seus amigos, sua casa e se adaptar a uma cultura totalmente diferente, organizando a sua vida e a de seus filhos novamente numa média de 4 a 4 anos? É o que nós, esposas de militares, fazemos.Durante toda a carreira do esposo faremos isso uma média de sete vezes. Muitas nunca conseguem voltar para perto de suas famílias. Temos nossos filhos longe de casa, sem a ajuda de nenhum parente e muitas vezes sem poder dar a eles a oportunidade de conviver com seus avôs. Eles nascem num lugar, passam a infância em outro, a adolescência em outro e muitas vezes não conseguem cursar uma faculdade em uma única universidade.Sim. Nós escolhemos passar nossa vida assim. Escolhemos acompanhar nossos maridos e de certa forma toda a mulher de militar é também um membro das forças armadas brasileiras. Porém de uns anos para cá não somos mais vistos assim. As famílias de militares foram deixadas de lado, abandonadas a própria sorte. Tendo que se virar a cada mudança sem a menor preocupação dos governos. Chegamos em algum lugar novo e precisamos procurar nossas próprias casas. Existem casas disponíveis para militares em algumas cidades mas são poucas e a demora para ocupação, as vezes, é maior que tempo que passaremos no local. Antigamente ainda se contava com um auxílio moradia, que ajudava no custo do aluguel. Hoje não existe mais. Nos sujeitamos a morar em lugares onde não podemos garantir a segurança de nossos filhos para podermos comprar comida até o fim do mês.Além disso quando nascem nossos filhos recebemos um salário para ajudar nos gastos. Esse salário equivale ao salário mensal da patente de nossos maridos. Sempre pensamos que crianças, de uma forma geral, dessem os mesmos gastos, mas para as Forças Armadas não. Filhos de generais gastam mais fraldas que de soldados. E recebemos um salário família de R$ 0,16 (dezesseis centavos) para sustentar nossos filhos no mês. Sem falar que o auxílio creche não paga nem um terço do valor de uma escola infantil. Não temos direito a bolsa família, vale gás ou qualquer outro benefício do governo federal. Precisamos criar nossos filhos com o mesmo salário que pagamos o aluguel, comemos e pagamos nossos impostos que são altos.Temos um plano de saúde, que se chama FUSEX e que diferencia em cada local. Em muitas cidades não existe nem diferencial dele para o SUS. Mas no contracheque ele tem um bom desconto. Se tivermos uma enfermidade séria em nossa família gastaremos quase que o equivalente a tratamentos particulares, pois cada procedimento tem desconto no contracheque. E esse tratamento terá que sair daquele mesmo salário usado para comer, pagar aluguel e impostos e sustentar nossos filhos.E esse salário esta defasado. O dinheiro que um militar recebe hoje não cobre metade das despesas de uma família para viver com o mínimo de dignidade. Nos esforçamos para que ele chegue ao fim do mês. E não são raros os empréstimos e endividamentos por conta de qualquer eventualidade.Será justo que uma classe que é chamada para entrar em morros perigosos, enfrentar terremotos, viver muitas vezes em missões longe de suas famílias não consiga dormir a noite pensando em como comprará o pão do dia seguinte? É justo que famílias que se sacrificam acompanhando os militares não tenham condições de ver seus parentes uma vez por ano, ao menos ou passem fome em fronteiras do Brasil da qual só ouvimos falar quando somos transferidos para lá?Essa é nossa atual realidade. Fome, miséria, insegurança. Fora milhares de outros problemas individuais e coletivos, todos derivados da falta de atenção do governo para com nossas famílias.Precisamos da atenção e apoio de toda a sociedade. Reivindicamos apenas o direito de viver com dignidade e podermos criar nossos filhos, apesar de todas as adaptações necessárias na vida deles, com o mínimo de orgulho do que somos, do que fazemos, do que abrimos mão e da profissão de nossos maridos.Pedimos atenção para nossas necessidades e queremos dormir a noite sabendo que amanhã não faltará nada na nossa mesa e que se nossos maridos forem cumprir suas missões nos morros da vida, poderemos ter a segurança de não ficarmos desamparadas embaixo de uma ponte com nossas crianças.Esse movimento quer de volta seu orgulho, sua dignidade e solicitamos apenas o mínimo:- Reposição das perdas salariais,- Cumprimento da sentença do STF que garante 28,86% de aumento,- Organização dos PNR’s e volta do auxílio moradia de acordo com a realidade das cidades brasileiras,- Aumento no salário família que hoje é R$ 0,16(dezesseis centavos)- Remuneração igual para todos os filhos nascidos independente da patente do militar de forma justa, sendo a média salárial de todas as patentes.- Auxílio creche de acordo com a realidade brasileiras.- Eficiência e melhorias no plano de saúde, garantindo um atendimento diferenciado do SUS, como em outros planos, e atendendo as necessidades de forma igualitária em todas as regiões e cidades do país.Será que estamos pedindo demais? Nossos maridos juraram morrer pelo país, mas não de fome!
 
 
 
Favor enviar email para: capitaoluisfernando@gmail.com

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