Pular para o conteúdo principal

A Guerra do Paraguai e um ensinamento para Tarso Genro - Artigo de opinião do Capitão Luís Fernando.

Foto arquivo pessoal Capitão Luís Fernando.



A Guerra do Paraguai (1867-1870) foi um conflito militar envolvendo o Paraguai contra a Tríplice Aliança, formada por Brasil, Argentina e Uruguai.

Uma ciência como também a é a Política, a Guerra é estudada e praticada diuturnamente por Exércitos Nacionais, e sua grande biblioteca são as Escolas Militares, na qual se destacada a Academia Militar das Agulhas Negras, onde me formei, sendo ela uma das melhores do mundo, quiçá a melhor!

Um grande estudioso dessa arte milenar, de nome Carl von Clausewits, afirma categoricamente que "a Guerra é a continuação da política por outros meios". Assim, Guerra e Política se equivalem, sendo diferentes apenas no "modo" de guerrear, na tática. Do ponto de vista estratégico, aí é que se assemelham ainda mais. Na Política usam-se outros tipos de armas para guerrear, mas no sentido lato da palavra, também é uma guerra.

É claro que eu não tenho a experiência de Tarso Genro, um dos mais renomados pensadores da política nacional da atualidade. Ex-oficial temporário do nosso glorioso Exército Brasileiro, ex-prefeito de Porto Alegre, ex-ministro da Justiça, ex-ministro da Educação, ex-governador do estado do RS, levando em consideração que faltam 17 dias para o término de seu atual mandato. Entretanto, nem mesmo essa experiência toda foi capaz de mostrar-lhe algo que estava á vista de qualquer leigo, ou tecnicamente visto por um técnico da Arte da Guerra: o Princípio de Guerra Massa.

A Guerra, portanto a Política, tem princípios imutáveis no tempo e no espaço, denominados Princípios de Guerra, a saber: Objetivo - Ofensiva - massa - Economia de Forças - Manobra - Unidade de Comando - Segurança - Surpresa e Simplicidade. O ditador paraguaio Solano Lopes declarou Guerra à Tríplice Aliança e sem muito analisar os demais Princípios de Guerra, claramente poderíamos prever que o Paraguai não conseguiria derrotar os outros 3 países juntos. Solano Lopes pecou e com isso seu país sofre as consequências desse erro até hoje, passados 150 anos!

Da mesmíssima maneira, a Guerra do Paraguai poderia ter ajudado ao ex-governador Tarso Genro a não ter tomado uma verdadeira goleada no 2° turno das eleições de 2014, quando disputava a reeleição para o Governo do Estado do Rio Grande do Sul. É claro e óbvio que ele vinha fazendo um excelente governo, com muita coisa a ser mostrada aos eleitores gaúchos, inclusive uma política aprovada do Banco Mundial, especialmente no tocante à participação cidadã. Pecamos aqui pela não observância do Princípio de Guerra "Massa".

O estado do Rio Grande do Sul possui basicamente 03 grandes forças políticas: o PP, o PMDB e o PT. A essas somam-se outros partidos menores, mas que se resumem majoritariamente a essas três siglas. Temos o senador Pedro Simon, a senadora Ana Amélia Lemos e o senador Paim, representando justamente essas três grandes forças políticas no RS, respectivamente o PMDB, o PP e o PT. No Plano nacional, todos os três partidos pertencem à base do Governo Dilma Roussef, porém aqui no Rio Grande do Sul, há o grande fator chamado: "Grenalização da Política!", em referência ao maior clássico do futebol mundial, a rivalidade do Gr~emio para com o Inter. Na política, aqui também há disso, ou se é PT ou se é Anti-PT, com raríssimas exceções!

Diante disso, com a previsão de que cada força política tivesse em torno de 30% dos votos - em termos numéricos, a caracterização do Princípio de Guerra Massa, vimos uma disputa dessas três forças em separado num 1° turno, com os candidatos Tarso Genro pelo PT, Ana Amélia Lemos pelo PP e Ivo Sartori pelo PMDB. Com votação bem parecida entre os 3, dois deles avançaram para um segundo turno, neste caso: Tarso Genro do PT e Ivo Sartori do PMDB. Eis que aí o Principio de Guerra Massa fez toda a diferença e vimos a formação aqui no RS não da Tríplice Aliança, como ocorreu na Guerra do Paraguai (Brasil-Uruguai e Argentina), mas sim a Dupla-Aliança, das outras duas forças políticas que formavam o bloco "anti-PT", inclusive com a idéia-força: "O meu partido é o Rio Grande", anulando qualquer casamento de o PMDB fazia parte da base governista do plano nacional, PT + PMDB, sob a liderança da presidenta Dilma (PT) e do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Pois bem, dito e feito: Somadas as forças do PP de Ana Amélia Lemos, com as do PMDB de Ivo Sartori, mais a de dissidentes e descontentes com as políticas de Tarso Genro, como o PSB, parte do PTB e de outros partidos, movimentos e setores da sociedade, como os militares, vimos um novo 7 a 1, não a goleada que o Brasil sofreu da Alemanha na Copa do Mundo de 2014, mas sim 61,28% para Ivo Sartori do PMDB e 38,79% para Tarso Genro do PT.

Diante disso tudo, prezado companheiro Tarso Genro, fica aqui apenas uma humilde opinião deste capitão iniciante na política: da próxima vez atende para o Princípio de Guerra Massa e não erre da mesmíssima maneira que errou Solano Lopes, quando da Guerra do Paraguai!

Artigo de opinião, viu, sabendo que democraticamente você e todos e todas vão aceitar!

Infelizmente, mesmo com todas as declarações públicas de que seu governo era um exemplo de "participação cidadã", não tive a oportunidade de lhe alertar sobre esse fato, antes dessa goleada eleitoral.

Que juntos consigamos debater à exaustão, de forma que não aguardemos 150 anos para nos recuperar dessa triste derrota . Sinceramente, você merecia vencer, nosso projeto merecia vencer!

Vamos em frente!



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Constante capacitação ...

E vamos de constante capacitação. Desta vez, Integração Lavoura- Pecuária!