Começa obra da fábrica de blindados
em Santa Maria
Cerca de 100 operários deram início
ontem construção do pavilhão da KMW. Conclusão levará seis meses
Marcos Fonseca
Começou ontem a ser erguida a fábrica
de blindados de Santa Maria. A unidade do grupo alemão Krauss-Maffei Wegmann
(KMW), destinada a atender a América do Sul, deve ficar pronta em apenas seis
meses. A partir do segundo semestre deste ano, a empresa dará início à primeira
fase do seu investimento no Brasil, com a manutenção de veículos do Exército.
Na semana passada, começaram a chegar
na cidade os caminhões com materiais. O serviço está sob responsabilidade da
Construtora Viero, de Erechim, especializada em obras industriais. A empresa é
a mesma que está construindo a sede da fábrica de elevadores Hyundai, em São
Leopoldo, investimento de mais de R$ 50 milhões que chegou a ser cobiçado por
Santa Maria.
O gerente de Qualidade e Marketing da
Viero, Alessandro Emilio Valmorbida, informa que cerca de 100 pessoas trabalham
para a KMW. A estrutura do pavilhão da fábrica de blindados é basicamente de
pré-moldados, o que assegura a rapidez do serviço. Segundo Valmorbida, a
maioria dos trabalhadores foi recrutada em Santa Maria. Apenas a equipe de
apoio, com engenheiros, mestres e encarregados, é de Erechim e está na cidade
para conduzir os trabalhos.
Ao longo desta semana, devem começar
a ser instaladas as bases do pavilhão pré-moldado. A estrutura é feita pela
própria Viero, com materiais especiais. A cobertura será de metal.
O complexo industrial fica num
terreno adquirido pelo grupo alemão às margens da BR-287, perto do campus da
Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). O valor do investimento não é
informado. O gerente-geral da KMW em Santa Maria, Christian Böge, confirma a
inauguração no segundo semestre, mas ainda há data definida.
Unidade iniciará com 50 empregados
A fábrica de blindados é um dos mais
importantes investimentos feitos em Santa Maria nas últimas décadas. O
gerente-geral da KMW, Christian Böge (foto), afirma que a empresa tem 30
empregados e, quando começar as operações, terá 50 funcionários. Em função da
demora de mais de um ano para obter a primeira licença do investimento, o
projeto sofreu modificações.
Neste ano, a fábrica ficará restrita
à manutenção de blindados do Exército brasileiro. A pista de testes dos
veículos, projetada para ser construída este ano, ficará para 2015. "O
melhor é que houvesse, mas isso não prejudica dos testes", garante Böge. O
gerente-geral prefere não revelar detalhes das negociações com as forças
armadas de países da América do Sul, mercado ao qual a fábrica da KMW de Santa
Maria está dirigida.
A construção da fábrica de blindados
encerra um capítulo da longa novela que marcou a chegada do grupo alemão à
cidade. A primeira licença ambiental emitida pela Fundação Estadual de Proteção
Ambiental (Fepam) demorou um ano, alterando o cronograma dos investimentos.
Agora ainda falta uma última licença, a da operação, que permitirá o início das
atividades da fábrica. Para isso, no entanto, Böge garante já estar preparado.
"Já estamos mais preparados para o procedimento entre governo do Estado e
a Fepam", assegura.
A RAZÃO
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